ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS DIDÁTICAS DIGITAIS PARA A INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Palavras-chave:
Transtorno do Espectro Autista, Anos Iniciais, Alfabetização, Plataformas Digitais, Recursos DidáticosResumo
Este resumo refere-se a duas pesquisas de mestrado em andamento na área da Educação, que surgiram diante das vivências das docentes pesquisadoras que atuam com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Ensino Fundamental, em fase de alfabetização. Nos últimos anos houve um aumento expressivo de matrículas de estudantes diagnosticados com TEA nas escolas comuns, trazendo grandes desafios para todos os envolvidos no processo formativo desses estudantes. Conforme o documento divulgado pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos em 2023, foi constatado que a proporção de crianças diagnosticadas com TEA é de 1 em 36. Essas crianças enfrentam inúmeras barreiras no processo de escolarização, decorrentes de suas características de comunicação e de interação social. Diante disso, consideramos necessária a elaboração de propostas didáticas planejadas de acordo com as peculiaridades de cada estudante, aproveitando também o potencial das tecnologias digitais. O objetivo principal é analisar a contribuição das plataformas digitais educacionais que oferecem recursos adaptativos, atividades personalizadas, jogos interativos e ferramentas de comunicação que podem auxiliar no desenvolvimento das habilidades de crianças com TEA, bem como elaborar propostas didáticas para a disponibilização de forma digital. Trata-se de pesquisas de abordagem qualitativa, pautadas em revisão documental e bibliográfica, explorando a legislação educacional que regulamenta a inclusão de crianças com TEA, bem como a literatura pertinente ao tema, usando como recorte temporal para revisão sistemática, trabalhos produzidos entre 2015 a 2023, selecionados na plataforma da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Utilizou-se como descritores primários as palavras “TEA e plataforma” e suas variações, combinados a descritores secundários “Educação Especial/inclusiva”, “Processos formativos” e “Propostas didáticas”, unidos pelo operador boleano “AND”. No total, 10 trabalhos foram selecionados para leitura integral, dos quais apenas quatro contemplavam resultados que culminaram com a pergunta da pesquisa. Foram excluídos os trabalhos que não tratavam da intervenção de estudantes com TEA nos anos iniciais do ensino fundamental, assim como aqueles cujas plataformas não podem ser acessadas com facilidade e gratuitamente. A coleta e seleção de dados está sendo realizada por meio das seguintes etapas: 1) Busca e categorização das plataformas digitais que contenham as palavras-chave: ensino, TEA, aprendizagem, alfabetização, anos iniciais; 2) Seleção e análise das plataformas em conjunto com professores e outros profissionais que atuam com alunos com TEA; 3) Criação de recurso educacional com propostas didáticas também em conjunto com professores e outros profissionais que atuam com alunos com TEA que serão disponibilizadas em um repositório digital. Foram identificadas algumas plataformas gratuitas que podem ser benéficas na promoção da inclusão de estudantes com TEA, que servirão de inspiração para a elaboração de uma proposta didática que culminará no estudo. Embora tenham sido encontrados poucos trabalhos que apresentam propostas concretas para o uso de plataformas em sala de aula, é notável a quantidade de trabalhos que destacam as dificuldades enfrentadas pelos professores na compreensão e na implementação de ações relacionadas à inclusão desses estudantes. Para o planejamento das propostas didáticas utilizaremos os princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem, buscando atingir os diversos estilos de aprendizagem, promovendo o engajamento de todos os estudantes e considerando algumas especificidades da criança com TEA. Esperamos como resultados trazer contribuições para uma educação inclusiva de qualidade voltada para as crianças com TEA nos anos iniciais do Ensino Fundamental.