INOVAÇÃO PEDAGÓGICA E TECNOLÓGICA NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO
Palavras-chave:
Acessibilidade, Educação a Distância, Educação Inclusiva, Inovação Pedagógica, Inovação TecnológicaResumo
O resumo discute a inovação pedagógica e inovação tecnológica no curso de Licenciatura em Educação Especial (EE) na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), modalidade de Educação a Distância (EaD). Compreendemos que a inovação pedagógica e a inovação tecnológica são processos e produtos dentro do que se denomina digitalização e virtualização, visando otimizar sentidos e operações humanas, que podem estar articulados de forma intencional em busca de fazer diferente, encontrar soluções e transformar algo existente, com o objetivo de melhorar algo (Bertoldo; Salto; Mill, 2018). A produção dos dados se desenvolveu pela pesquisa qualitativa com análise de documentos públicos do curso, como ênfase o eixo “Pesquisa, extensão e inovação pedagógica e tecnológica em Educação Especial, Tecnologia Assistiva e acessibilidade educacional”. Para análise seguimos as orientações da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008) e da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI, Brasil, 2015). Inspirados em alguns dos achados nas pesquisas recentes da área, destacamos não somente o acesso à plataforma Moodle, mas a participação nas atividades e a construção de uma aprendizagem significativa pelo envolvimento e engajamento dos sujeitos. O curso representa um espaço de reflexão e produção de conhecimento tecnológico que impacta diretamente a prática pedagógica, desconstruindo a concepção tradicional da EaD. Relatamos algumas ações que têm sido implementadas em perspectiva de atuação institucional para promover uma educação que rompa com o sentimento de distanciamento para uma vivência mais interativa e acessível. A inovação tecnológica no curso não se dá somente por usos de dispositivos implicados às demandas sociais da modalidade e campo da EE, mas o principal resultado obtido foi a acessibilidade nas práticas pedagógicas no contexto digital, tendo como ponto o planejamento de condições e de possibilidades para a superação de barreiras. Isto é, as barreiras não estão atreladas a pessoa, mas as condições postas para o acesso e a participação, o que envolve barreiras digitais, como também atitudinais. Para tanto, mobilizamos uma diversidade de dispositivos, mediados pelo digital em rede (Santos, 2019), mais especificamente pela bricolagem de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), interfaces sociais, aplicativos para celular, softwares de acessibilidade com ênfase na Tecnologia Assistiva (TA) e materiais didático-pedagógicos. De modo que toda a acessibilidade implementada no AVA inspira novos usos das TA dentro das ações pedagógicas, através da utilização de produtos e serviços que objetivam a autonomia e a independência das pessoas com deficiência (Brasil, 2021), garantindo também o direito em relação à acessibilidade metodológica e comunicacional. Inovamos assim tanto nos sistemas quanto na formação humana, propiciando uma reflexão crítica das práticas existentes na EaD e a busca por novas abordagens e estratégias inspiradas no online, onde mesmo em contexto geograficamente disperso, a proposta instituída rompe com o processo formativo unilateral para envolver todos os atores curriculantes (docentes, discentes, tutores e técnicos) em um processo formativo mais colaborativo. Apontamos assim as ações e estratégias necessárias para a criação de um processo formativo e criador, entendendo assim a inovação pedagógica e tecnológica em EE como respostas a demandas sociais que reivindicam a participação nos contextos educacionais. Novas pesquisas estão em andamento e deverão ampliar o repertório de recursos tecnológicos acessíveis para a EaD a serem testados e validados como metodologias. Considerando a atuação profissional docente na EE e o impacto na formação, a acessibilidade orienta novas ações para o reconhecimento da pluralidade de sujeitos e contextos. Assim, a inovação pontuada neste trabalho é uma premissa para pensar na acessibilidade, envolvendo a tecnologia e o pedagógico.