EDUCAÇÃO ESTÉTICA E FORMAÇÃO DOCENTE: DIÁLOGOS À DISTÂNCIA E ENTRETELAS - EXPERIÊNCIAS NO CEDERJ
Palavras-chave:
Educação Estética, Formação Docente, Arte, Educação à Distância, Educação UniversitáriaResumo
De que forma estesiar pelas telas? Como mobilizar sentidos, sentindo à distância? Como contaminar com/pela arte uma educação que se faz na modalidade EAD? Estes têm sido os desafios enfrentados na coordenação e planejamento do Componente Curricular “Tendências Contemporâneas do Ensino da Arte”, ofertado como Eletiva do curso de Pedagogia, do Consórcio CEDERJ em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A relação entre Arte, Educação Estética e Formação Docente tem habitado as pesquisas do grupo FRESTAS (Formação e Ressignificação do Educador: Saberes, Troca, Arte e Sentidos), criado por nós desde 2014 e vinculado à instituição de educação universitária anteriormente citada. Dessa forma, é desafiador possibilitar uma educação à distância que estesie, que provoque experiências, que mobilize as emoções e sentimentos, que convoque um saber pelo sentido. Sendo assim, nosso objetivo tem sido propiciar um conhecimento que vai sendo tecido pelas vias do afeto, do (re)encontro com a arte e na (re)conexão com as histórias de vida, por meio das narrativas, presentes nos referenciais bibliográficos que compõem o material de estudo ofertado e nas proposições das avaliações – presenciais e à distância. Buscamos uma formação docente que compreenda e reforce a fundamentalidade da relação entre educação e arte, uma vez que a arte pode contribuir sobremaneira para uma prática educacional libertadora (Freire, 2020), que desperta a consciência crítica, fortalece vínculos e encanta (Rufino, 2021). A metodologia de pesquisa que fundamenta nossas proposições é a Pesquisa-Formação (Longarezi; Silva, 2014), uma vez que a teoria embasa a prática, que por sua vez, alimenta a teoria, em um ciclo que se retroalimenta continuamente. Acreditamos também em metodologias minúsculas (Guedes; Ribeiro, 2019, p. 18), “que rompem com a normativa do método enquanto condição de cientificidade, que reforçam a importância das multiplicidades, das diferenças, da polifonia, do diálogo [...] compromissada com as singularidades, com o diferir, com o sabor e o saber criado e vivenciado na pesquisa.”. Ao longo do semestre temos provocado as/os estudantes a refletirem sobre a relação entre educação e arte, tendo suas memórias e vivências cotidianas como disparadores e catalisadores. O referencial disponibilizado vai costurando conhecimentos que fortalecem a prática educacional e convidam à experimentação de uma educação que se faz pelas frestas, objetivando romper com a hierarquização e compartimentalização dos saberes, pois compreende as/os sujeitas/os em sua integralidade e pluralidade. Nas avaliações, divididas em presenciais e à distância, as/os estudantes têm sido convidadas/dos a entrarem em contato com seu potencial criador, por meio de proposições que tenham as múltiplas linguagens artísticas como sensibilizadores e inspirações. Assim, temos diminuído a distância entre nós e nossa conosco mesmo, desenhando, poetizando, pintando, fazendo colagens, experimentando uma educação que nos (re)conecta, (re)aproxima, (trans)forma não só nosso jeito de educar, como de habitar e (com)partilhar o mundo.