CRIANÇAS E DISPOSITIVOS MÓVEIS: EXPERIÊNCIAS DURANTE A VIGÊNCIA DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL
Palavras-chave:
Crianças, Dispositivos móveis, Ensino Remoto EmergencialResumo
Este artigo apresenta parte dos dados coletados mediante um estudo realizado durante um estágio pós-doutoral em educação, no qual buscamos investigar e analisar a apropriação de dispositivos móveis por crianças de seis a onze anos, tendo em vista o desenvolvimento de competências digitais e a instauração de práticas midiáticas e culturais. Neste recorte, analisamos o uso de dispositivos móveis por crianças no decorrer da pandemia de COVID-19, tanto como forma de lazer e socialização quanto nas aulas remotas e/ou híbridas. O estudo desenvolvido caracteriza-se como descritivo-analítico, ancorado nos princípios da pesquisa qualitativa, envolvendo dezoito crianças na faixa etária de seis a onze anos e um membro de suas famílias (pais, mães e avós). Para a coleta de dados, adotou-se a entrevista semiestruturada por meio da plataforma digital Google Meet e de chamada de voz e vídeo do WhatsApp. Os resultados indicam que as crianças se apropriaram desses aparelhos para atividades recreativas e escolares, bem como para a comunicação com familiares e amigos, sinalizando para a ressignificação desses aparelhos durante as aulas remotas. Esse processo decorreu da implantação do ensino remoto emergencial, pelo qual várias escolas adotaram plataformas, aplicativos e outras ferramentas digitais para enviar/transmitir as atividades ou para se comunicar com os estudantes e seus familiares. Por esse motivo, é preciso investir na formação de professores a fim de aproveitar o potencial das tecnologias digitais e dos dispositivos móveis em situações pedagógicas e para o desenvolvimento do protagonismo digital das crianças.